Gaerea

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SOURCE – Primeiramente, parabéns pelo novo álbum Limbo. Ele representa uma grande evolução musical na carreira do Gaerea. Como vocês avaliam essa produção?

Limbo sem dúvida alguma será um marco na nossa discografia. Enquanto que o primeiro EP nada mais foi do que uma mera experiência e o Unsettling Whispers o erguer oficial de um conceito. Este novo disco destrói todos os preconceitos criados a nossa volta e reergue-se sobre novos pilares e novas visões do conceito que apresentamos inicialmente em 2018. E o disco que define que não somos um grupo musical qualquer e que estamos aqui para ficar. Acima de tudo, o fruto oriundo de muito trabalho diário.

SOURCE – A proposta visual da banda é marcada por um ocultismo, onde os membros apresentam-se com máscaras. Qual o significado dos desenhos nas máscaras usadas pela banda?

Todos nós vivemos mascarados e escondidos da realidade de uma forma ou de outra. Nunca eu poderia chegar ao teu verdadeiro EU sem tropeçar numa série de máscaras sociais que tens ao teu dispor como único propósito de proteger quem realmente és. Todos nós usamos máscaras em nosso dia-a-dia. A única pessoa capaz de “tocar” nos seus pensamentos mais profundos és tu. Não somos de maneira alguma diferentes dos elementos da plateia que nos observa. Apenas temos a coragem de aceitar a nossa condição, abraçá-la e evoluir a partir daí.

SOURCE – O que você poderia falar sobre a proposta gráfica de Limbo?

Poucos conseguem pintar uma obra de forma tão angustiante e isso é algo que realmente abala minha alma. Posso passar inúmeras horas revisitando os seus trabalhos anteriores e todos os detalhes que se revelam de cada vez que o faço. A capa de LIMBO não é diferente. O Eliran Kantor concentrou-se principalmente na experiência “MARE” e acredito que quando todos ouvirem esta faixa e lerem tudo sobre a mesma vão certamente compreender e vivenciar alguns dos momentos de libertação que sentimos com este disco.

SOURCE – Limbo foi lançado em CD, Digipak, vinyl e formatos digitais. Em sua opinião, é mais fácil consumir música atualmente? Como é o mercado de vinil em Portugal?

A música nunca foi tão fácil de consumir, digerir e por em “pausa” para numa outra altura ouvir novamente. Contudo, sem dúvida, o mercado dos formatos exclusivos, cores limitadas e sobretudo peças analógicas estão em alta. E isso é bom. Os vinis hoje em dia vendem muito mais rápido e de uma forma mais orgânica do que um CD. Contudo, cada vez mais pessoas usam o Spotify como ferramenta diária para descobrirem novas músicas e novas bandas. Por isso mesmo, acho que ambos se complementam de uma forma bastante saudável. Pelo menos já não assistimos ao descalabro do download frenético e constante que assistimos a uns anos. Plataformas como o Spotify ou até mesmo o Apple Music vieram resolver muitos desses problemas.

SOURCE – Na página da banda no Bandcamp.com há apenas três músicas para audição. No canal do YouTube da gravadora, há o disco completo para audição. Como você avalia essas disponibilizações de músicas do álbum em seu cenário de vendas?

Nesta altura do campeonato o álbum já está disponível em todas as plataformas. Acho que não somos uns MGLA que conseguem esgotar tours e com certeza a primeira prensagem de discos com apenas o anúncio do álbum. É importante ir revelando alguns conteúdos do álbum antes deste sair. As pessoas precisam se inteirar do som, conceito, essência do disco antes de avançarem para a compra. E conosco resultou muito bem. Revelamos 3 singles antes do álbum sair e fizemo-los com toda a qualidade que poderíamos fazer, com a promoção e timing certos e isso refletiu-se nas vendas que, a meu ver, mantêm-se bastante positivas.

SOURCE – To Ain e Conspiranoia são apenas alguns vídeos promocionais para Limbo. Como foi fazê-los?

São dois videos bastante diferentes, tal como o e com o novo video para a Conspiranoia. Todos os 3 temas retratam tópicos bastante distintos na vortex Society e para mim foi-me bastante natural estabelecer uma fronteira direta no estilo visual e cinematográfico de todos estes temas, dando uma abertura, uma versatilidade ao Gaerea que talvez as pessoas que nos seguem não estivessem à espera.

Foram todos estes elementos surpresa, abordagens que raramente se veem serem usadas no Black metal ou música mais extrema que agarrou toda uma nova multidão de pessoas para o que estamos a fazer com este disco.

SOURCE – Observei que vocês estão com shows a partir de 03 de outubro de 2020. Como está a recuperação dos shows devido a pandemia do COVID 19?

Muito, muito lenta. Mesmo esta data na Áustria para 03 de Outubro parece-me que vai cair e ser reagendada para o próximo ano, o que nos frustra um pouco, mas é totalmente compreensível. Temos também a apresentação do novo álbum para poucos dias após essa data mas parece-me que pelo menos essas conseguiram acontecer. Enfim, ainda está tudo muito imprevisível.

SOURCE – Alguma perspectiva de shows no Brasil para o próximo ano?

Espero que sim! Tocar no Brasil seria uma honra!

SOURCE – Algo mais a ser acrescentado?

LIMBO está oficialmente cá fora e pronto a ser ouvido e compreendido pelo mundo. Muito Obrigado por todo o apoio que temos recebido do Brasil ao longo destes anos.

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